36. Pare!! De ouvir os bajuladores
- Ivan Abreu Paiva
- 24 de mar. de 2016
- 3 min de leitura

Desenvolvemos carreiras, trabalhamos muito além do que é necessário em busca de maiores e melhores posições na organização, mais remuneração, recompensas, reconhecimento e quando alcançamos, atraímos um novo público de “admiradores”, os bajuladores.
Os bajuladores sempre existiram, “assistiram” ao lado de reis e governantes durante toda a história, mas hoje, podemos perceber uma nova roupagem. Os bajuladores:
Elogiam, em todas as situações;
Enaltecem nossos feitos mais simples;
Contam sempre com uma palavra de elogio;
Exalam o otimismo dos vendedores;
Minimizam e justificam nossos erros, mesmos os mais graves.
Este é mais um dos efeitos colaterais que assumimos ao galgar a pirâmide de Maslow. Quando “chegamos lá”, recebemos a verbalização dos bajuladores, que massageiam nosso ego, endurecem nosso coração e enterpecem a nossa mente para o que é importante e prioritário.
Em posição de liderança, à frente de uma gerência, diretoria ou da organização, somos nós que devemos ter uma palavra firme, falar a verdade, querer ouvir a verdade, conhecer a real situação dos projetos da empresa, dos produtos, das áreas, dos clientes, do relacionamento e imagem com os fornecedores e perante o mercado, do resultado de longo prazo da estratégia, para onde nossas ações táticas estão nos levando. A busca de resultados financeiros rápido trás bônus e reconhecimento no curto prazo, mas invariavelmente leva organizações à ruína.
Somos nós que vamos induzir os comportamentos desejáveis projetados pela governança, inspirar novos líderes ou simplesmente conduzir a organização com simplicidade por um oceano turbulento, até que ela morra por inanição, seja extinta ou adquirida.
Como gestor, você é tão bom quanto as decisões que toma e para isto, precisa de informações tempestivas (no tempo certo), íntegras e completas.
Se você está cercado de bajuladores, que apenas lhe mostram informações boas, resultados maquiados, otimismo, visão de retorno para projetos desalinhados à estratégia corporativa, ou se você é negligente, não procura saber o estado dos recursos que estão sob a sua responsabilidade, então você não vê o quadro todo.
Quais são os efeitos da bajulação?
Ego - “massageia” nosso ego; embora gostamos e necessitamos de reconhecimento, mas o bajulador apenas nos dá isto;
Orgulho - temos um suspiro íntimo de orgulho, um dos degraus para a soberba;
Soberba - vai inflamar nosso sentimento de superioridade e prepotência;
Visão - obscurecer nossa visão do todo e dos sinais;
Foco - desvia nossa atenção do que é importante;
Percepção - engana para o os sinais que podem estar à nossa frente;
Ilude - demonstra que está tudo bem;
Corrompe - a tomada de decisão e o senso de justiça;
Valoração - tendemos a crer nas palavras do bajulador e julgamos incorretamente.
No momento, vale a lembrança do que palavras macias podem fazer com os sentidos de um gestor. Líderes perderam sua posição, empresas perderam sua longevidade e muitos perderam o seu trabalho.
Como tratar com a bajulação?
Formule as perguntas certas que mostram a saúde e o andamento da área que está sob a sua responsabilidade;
Faça as perguntas certas. Todas!!
Tenha indicadores chaves de desempenho, de tendência e operacionais que demonstrem os resultados;
Confronte as respostas com indicadores e com outros envolvidos;
Afaste os lisonjeadores, os espelhos que repetem e reafirmam as suas próprias palavras ou que mudam de opinião, acompanhando a sua;
Corte as investidas falsas, não dê continuidade;
Receba apenas o reconhecimento honesto;
Receba as críticas com ânimo para capturar o que pode ser uma indicação que pode mudar sua vida e leva-lo a níveis de excelência;
Não puna aquele que fala a verdade e persiste em melhorar. Não dê mensagens de é mais seguro do que omitir-se e ficar à largo do envolvimento;
Implemente e viva sob um regime de governança, com transparência das informações relevantes para a organização.
Valorize a honestidade e a transparência.
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