25. A Arrogância à Serviço da Desconstrução de Valores
- Ivan Abreu Paiva
- 24 de mar. de 2016
- 3 min de leitura

O que cria valor? Os que creem na “vara de condão” da governança diriam que são os comportamentos desejáveis, alinhados aos drivers estratégicos do planejamento, aos caminhos táticos e aos planos que irão executar a estratégia da organização.
Treinamentos e workshops motivacionais proporcionam bons momentos de descontração, mas não produzem mudanças comportamentais, pelo contrário, a volta à realidade provoca frustrações e até revolta, com o tempo, torna o esforço para a mudança ainda maior.
Por incrível que pareça, alguns atributos criam "um valor", isto é, um falso valor que destrói o verdadeiro valor que as organizações tanto precisam e declaram buscar com afinco.
Mas (muito) dinheiro, um cargo, uma casa ou um carro diferenciado proporcionam “atributos” de importância, entendimento, superioridade, charme, conhecimento, cultura e até de capacidade de tomada de decisão.
Ter uma condição financeira diferenciada, um cargo, uma mansão ou um carro de luxo não são problemas, mas, invariavelmente, aqueles que o tem são possuídos e revestidos da soberba e da arrogância.
No ambiente corporativo, não é incomum que líderes que se orgulham de terem sidos mentorados por mestres da liderança, que conheceram os atributos do líder servidor, pregam acerca da proteção do capital intelectual, “lutam” diariamente para formar talentos e para afastar o fantasma do turnover da geração atual, sim, não é incomum estarem impregnados da arrogância e superioridade.
A soberba e a arrogância inspiram a falsidade, destroem valores, pois são testemunhos vivos da antítese da verdadeira liderança servidora, que apoiam seus colaboradores a alcançarem resultados, empreenderem em melhoria e inovação, colocarem suas mentes focadas à serviço do resultado.
Na verdade, conviver com estes comportamentos não são algo novo, mas há muito conhecido das organizações, que trocam seus valores por capacidades, resultados de curto prazo pelos duradouros e longevos.
A arrogância é a atitude altaneira, a altivez; o orgulho e a insolência e está de mãos dadas com a soberba, um sentimento negativo caracterizado pela pretensão de superioridade sobre as demais pessoas, levando a manifestações ostensivas de arrogância, por vezes sem fundamento algum em fatos ou variáveis reais. Quando presentes, elas:
Contaminam o coração e os sentimentos;
Cegam a sua capacidade de ver e discernir;
Trazem consigo a afronta e o escárnio;
São a tirania na liderança;
Atraem para si a revolta;
Geram contenda;
Tornam aqueles que apossuem uma água parada, salobra, morta em vida;
Impedem a mudança;
Enganam àqueles que a têm;
Precedem à ruína, assim como a altivez precede a queda.
A arrogância é como um pássaro que pode voar sobre a sua cabeça, mas que você pode impedir de fazer ninho. Então, como combater este sentimento sorrateiro que alimenta sua tirania a partir das suas conquistas pessoais e profissionais?
Em primeiro lugar, não saia da arrogância para a indiferença, que é contrário ao amor e reflete o desprezo de quem não ama e quer bem ao próximo, mas vê a todos como objetos que não tem valor, mesmo que eles contribuam para a sua vida diretamente ou indiretamente.
A resposta é a humildade, que de maneira simples reconhece seus limites e, os limites dos que estão à sua volta, sabendo que este "gap", seu e do seu semelhante, aliado ao sentimento de "vou ajudar" são os degraus a serem galgados na mudança de direção, rumo à transformação completa de valores, crenças, comportamentos e atitudes, que muitos desejam mas perdem diariamente a batalha para os seus velhos hábitos e comportamentos indesejáveis.
Para os arrogantes, a humildade é a fraqueza, mas entenda bem, é o seu ponto fraco para o seu sucesso perene, a realização plena que completa as suas realizações pessoais e dão a tão almejada transformação.
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